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“Governo constrói narrativa para privatizar Casa da Moeda”, diz SNM

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A intenção do governo de Jair Bolsonaro em vender os ativos das empresas estatais ganhou um importante adversário na última semana: os servidores da Casa da Moeda. Desde sexta-feira (10), os profissionais estão mobilizados contra a privatização da empresa e pela manutenção das cláusulas garantidas no acordo coletivo de trabalho de 2019.

 

O estopim para o movimento dos trabalhadores se deu após uma entrevista do diretor da instituição, Fábio Rito Barbosa, onde tratou, na linha de produção, sobre temas como demissões, privatização e folha de pagamento dos servidores.

 

“Ele faltou com a verdade em relação às condições da folha de pagamento dos trabalhadores da Casa da Moeda. Quando os trabalhadores viram aquela matéria, viram que estava se utilizando daquele ambiente para depreciar a Casa da Moeda e as condições de trabalho, pondo em risco os empregos”, descreveu o presidente do Sindicato Nacional dos Moedeiros (SNM) Aluizio Firmiano Junior.

 

“Esse diretor que deu a entrevista e mais outros dois diretores foram almoçar no restaurante onde almoça toda a categoria, e os trabalhadores ali se manifestaram batendo palmas [em sinal de ironia]”, prosseguiu.

 

Apesar da insatisfação relacionada às condições negociadas e não cumpridas no acordo coletivo, os profissionais da Casa da Moeda não decidiram pela paralisação dos trabalhos.

 

“Nós não declaramos greve, os trabalhadores estão mobilizados desde então, entrando em um processo de negociação permanente com a direção da Casa da Moeda e esperando que tenham sensibilidade para resolver essa questão dos direitos dos trabalhadores enquanto suas cláusulas sociais, para que a gente possa voltar ao ambiente de normalidade, para que ele [Fábio Rito] pare de produzir falsas verdades contra essa empresa tricentenária”, disse o dirigente sindical.

 

A situação de desmonte da empresa, de acordo com Aluizio Junior, se dá desde 2017, após o processo que resultou no impeachment de Dilma Rousseff. O Governo Federal, comandado por Michel Temer, encerrou um contrato que rendia cerca de R$ 1,5 bilhão à Casa da Moeda, o que corresponde a 60% do seu faturamento.

 

O Siconv, um serviço de selo fiscal digital e rastreável estabelecido em acordo com a Receita Federal, marcava e tributava cada lata de bebida fria – cerveja, refrigerante, água em lata – envasada nas linhas de produção do país.

 

“O Brasil era o oitavo ou sétimo país do mundo na produção de bebida fria. Quando passou a ter o controle, a partir da parceria da Casa da Moeda com a Receita, o país passou a ser o segundo produtor de bebida no mundo sem produzir uma lata a mais, apenas tendo o controle pelo Estado. Isso foi bom para a nação e muito bom para a Casa da Moeda”, ressaltou Aluizio.

 

A perda de tributos após a descontinuidade do serviço desde então já soma aproximadamente R$ 50 bilhões, conforme relatou o dirigente sindical.

 

“O que levou a empresa ficar nessa situação foi o próprio governo, para poder justificar essa política de desmonte do Estado brasileiro e privatizar a Casa da Moeda, colocar esse serviço valoroso na mão da iniciativa privada, em especial do mercado internacional. É isso que estamos vivendo, o governo constrói uma narrativa para privatizar a Casa da Moeda”, lamentou.

 

Ouça a entrevista de Aluizio Junior na íntegra:

 

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