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“Governos que sucederam ditadura têm dívida histórica”, avalia Victória

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O fantasma da ditadura que assombrou o Brasil por longos 21 anos parece voltar a ameaçar a ordem democrática após a ascensão de Jair Bolsonaro ao poder. Referendado pela cúpula das Forças Armadas, o ex-capitão do Exército apresenta reiteradas vezes discursos com ameaças às instituições estabelecidas.

 

Na tentativa de evitar o recrudescimento do quadro, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), entre outras entidades, promovem nesta terça-feira (03) o ato público ‘Ditadura nunca mais’, a partir das 17h, no auditório da ABI, que fica na rua Araújo Porto Alegre, 71, no Centro do Rio de Janeiro.

 

A dirigente do Grupo Tortura Nunca Mais Victória Grabois, que prestigiará a mobilização, criticou a postura de divisão dos partidos de esquerda em um momento perigoso para a democracia. Ela acredita que a situação pode começar a mudar a partir do evento de hoje.

 

“Acho que esse ato pode ser o pontapé inicial para um grande movimento, como foram as ‘Diretas já’, porque não dá para a gente continuar do jeito que estamos, não dá para ficar dividido em grupinhos, discutindo as nossas picuinhas. Temos de fazer uma autocrítica neste momento, até passar por cima de muitas coisas, nos unir e avançar porque não podemos chegar nesse nível”, destacou a dirigente.

 

A reprimenda da representante do Tortura Nunca Mais se estendeu aos presidentes que ocuparam o Palácio do Planalto após os anos de chumbo, encerrados em 1985. Nem mesmo os governos do PT, ditos de esquerda, escaparam da análise.

 

“Os governos civis que sucederam a ditadura militar têm uma dívida histórica com a sociedade brasileira. O Brasil é o país mais atrasado de toda América Latina em relação à responsabilização dos agentes que cometeram crimes de lesa a humanidade, ocultação de cadáver, assassinatos, torturas. O Brasil nunca responsabilizou nenhum agente público que participou daquele aparato na época da ditadura, nunca teve uma política pública voltada para o combate à violência”, relatou.

 

“Hoje essa violência atinge as classes populares, principalmente os negros, os jovens das periferias das grandes cidades brasileiras e, no caso específico do Rio de Janeiro, das favelas, e os governos civis que sucederam o regime ditatorial também mantiveram em cargos públicos muitos dos agentes que participaram daquele período. Nós nunca tivemos uma democracia forte e estamos vendo hoje o que está aí, um governo antipopular e antidemocrático”, prosseguiu Victória.

 

Ouça a íntegra da entrevista de Victória Grabois:

 

 

Entrevista em 03.09.2019

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