Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:

Greve dos petroleiros se inicia com ampla mobilização de trabalhadores

Compartilhe:
greve_petroleiros_1170x530

A paralisação dos profissionais de sindicatos ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) em protesto às medidas do governo de Jair Bolsonaro contra a maior estatal do país, a Petrobras, e pela manutenção do emprego dos trabalhadores da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fapen) foi iniciada no último sábado sem previsão de encerramento.

 

A mobilização já se dá em 11 estados do país, com 20 bases realizando apenas operações padrão, para evitar o desabastecimento da população. Está prevista a realização de atos ao longo desta segunda-feira (03) nos locais de trabalho e em frente à sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, onde foi montado um acampamento para resistência.

 

No edifício sede da Petrobras (Edise), aliás, há uma Comissão de Negociação Permanente instalada em uma sala de reuniões para buscar um acordo com a diretoria da companhia de petróleo. Presente ao local, o secretário de Assuntos Jurídicos e Institucionais da FUP Deyvid Bacelar explicou como se deu o processo que antecedeu a greve, com a reação intempestiva de um dos dirigentes da estatal.

 

“Iniciamos essa ocupação na tarde de sexta-feira (31). Viemos aqui para fazer uma reunião com o gerente de Gestão de Pessoas da Petrobras, entregamos novamente nossa pauta de reivindicações, lembrando quais eram os motivos da greve que iríamos iniciar às 0h de sábado, ele recebeu o ofício e disse que iria conversar com a diretoria executiva da Petrobras para nos dar algum tipo de resposta. Aguardamos até 17h, ele retornou, mas muito enfurecido, para além do normal, nos ameaçando, dizendo que seria melhor sairmos da sala para não sermos retirados de madeira desconfortável. O nome dele é Fabrício, gerente de Relações Externas da Petrobras”, denunciou.

 

“Acho um despreparo, não entendo como alguém que ocupa uma gerência desse porte na Petrobras tem uma reação como essa. Talvez ele tenha recebido alguma pressão da própria diretoria executiva por estarmos ali. Naquele mesmo momento, nós dissemos ‘agora que não saímos’”, relatou o membro da FUP.

 

A Justiça do Rio de Janeiro autorizou a ocupação pacífica dos petroleiros no andar onde funciona a Gerência de Recursos Humanos da Petrobras após os dirigentes da empresa entrarem com uma ação exigindo a reintegração de posse. Um Oficial de Justiça esteve no local e constatou a legalidade do movimento grevista.

 

Na tentativa de intimidar o comitê de negociação, a energia elétrica e a água do andar ocupado foram cortadas. Prontamente, o Judiciário exigiu o reestabelecimento da alimentação e estipulou o pagamento de multa de R$ 100 mil por hora de descumprimento da medida.

 

Cerca de 7 mil trabalhadores aderiram ao movimento grevista até agora. A previsão é que a mobilização se amplie, já que os trabalhadores de 21 plataformas de extração de petróleo aprovaram a paralisação e aguardam orientação para interromperem o serviço.

 

“Nosso objetivo não é fazer a greve por fazer, é suspendermos as mil demissões que estão acontecendo na Fapen, suspendermos as iniciativas e ações arbitrárias unilaterais da gestão bolsonarista da Petrobras, que prejudica trabalhadores e trabalhadoras e estabelecer um canal de negociação. A mesa de negociação coletiva sempre foi respeitada por essa empresa e agora, por conta de um governo amigo de milicianos, neofascista, implementam esse tipo de gestão dentro da Petrobras e não querem negociar absolutamente nada com as representações”, afirmou Deyvid.

 

Ouça a entrevista de Deyvid Bacelar:

 

Deixe seu comentário:

Apoie o Faixa Livre:

Apoie o Faixa Livre:

Baixe nosso App

Baixe nosso App

Programas anteriores