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Migowski critica desmobilização de estratégia de saúde da família no RJ

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O aumento no número de casos da Covid-19 no Brasil preocupa as autoridades médicas e sanitárias. De acordo com o último relatório do Ministério da Saúde, já há 200 pessoas infectadas pelo novo coronavírus no país, o que enseja medidas governamentais para evitar que a doença se alastre ainda mais.

 

No estado do Rio de Janeiro, onde já há um paciente internado em estado grave por complicações do vírus, o governador Wilson Witzel anunciou medidas de restrição da movimentação de pessoas nas ruas e decretou emergência na saúde pública.

 

No entanto, a diminuição do número de equipes de saúde da família que atendem na atenção primária no município pelo prefeito Marcelo Crivella, no ano passado, é vista com preocupação pelos especialistas. É o caso do infectologista, professor da faculdade de Medicina e diretor de Relações Exteriores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Edimilson Migowski.

 

“No Rio de Janeiro, em particular, o grande problema que vejo é a falta de estratégia de saúde da família nos lugares precisos, não há uma cobertura de 100%. O receio que tenho é que muita gente que podia ser atendida em uma situação de saúde da família, estar em casa sendo medicada porque a maioria não tem um quadro clínico que demande atendimento em uma UPA, e esse grupo acaba indo para os hospitais e contaminando outras pessoas. Não ficam em casa porque não têm um mínimo de atendimento”, ponderou.

 

“Se a estratégia de saúde da família estivesse em pleno vapor, e os postos do Rio de Janeiro foram infelizmente desativados, assim como as clínicas, estaríamos com uma situação um pouco mais confortável e menos médicos expostos aos casos leves. É duro você pegar uma doença grave podendo evitar ficando em casa. Eu, como médico infectologista, não ficaria tão chateado de pegar uma doença de um paciente grave para salvar a vida dele. Pegar uma doença dessa, que pode ser grave para uma pessoa mais velha, com um paciente que poderia ter ficado em casa e não ficou por falta de consciência, informação ou de estrutura é lamentável”, continuou.

 

O sistema de saúde do estado não está apto para atender a demanda de casos graves do coronavírus, que impõem internação em leitos de CTI. Já há autorização do governo para a compra de respiradores, equipamentos que auxiliam no tratamento das infecções pulmonares provocadas pela Covid-19.

 

Dentre as medidas anunciadas por Witzel estão a redução da capacidade de lotação dos transportes públicos em 50%, com veículos circulando de janelas abertas. Além disso, o governador pediu que restaurantes e estabelecimentos comerciais tenham apenas 30% de sua capacidade de atendimento e, caso possível, sejam priorizados os serviços de entrega.

 

O infectologista elogiou a iniciativa do governo do estado destacando a necessidade de evitar o contato físico entre as pessoas. Apesar de a doença não trazer grandes consequências às pessoas mais jovem, estes servem de vetores para infectar idosos e imunodepressivos, considerados como grupo de risco do coronavírus

 

“[É essencial] porque você derruba o caminho da transmissão e a gente sabe que cada pessoa infectada vai transmitir para de duas a quatro pessoas, então essa transmissão geométrica faz que a gente tenha muito receio de, uma hora para outra, se ter uma explosão de casos graves. Vai entrar em colapso o sistema de saúde tanto público, quanto privado, que já andam a meia boca. É certo se fazer, embora possa parecer uma medida exagerada, sensacionalista”, ressaltou.

 

Ouça a entrevista de Edimilson Migowski:

 

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