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Mudança de horários das barcas para Paquetá mobiliza moradores

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A petição judicial da CCR na tentativa de implementar novos horários para as barcas que ligam o Rio de Janeiro a Paquetá irritou os moradores da ilha, que têm nas embarcações seu único meio de transporte com o restante da cidade.

 

A concessionária pretende, nos próximos dias, alterar o trajeto e o tempo de viagem até a Praça XV, que passaria de 50 minutos para 1 hora e 50 minutos. A mudança deve afetar o funcionamento de uma série de serviços na ilha, como escolas, creches, hospitais e comércio, preocupando a população.

 

A diretora da Associação de Moradores de Paquetá (Morena) Ialê Falleiros ressaltou a importância do local para a cultura e o turismo da cidade e lembrou que há uma total dependência da região do transporte aquaviário proveniente do Centro do Rio.

 

“Paquetá é uma joia que fica na Baía de Guanabara, mas a gente também se sente muito preterido pelo poder público porque o que nos salva também é o que nos preocupa, que é uma certa invisibilidade. Por exemplo, administrativamente estamos ligados à Superintendência do Centro, então materiais que chegam aqui para cuidar da nossa ilha vêm como sobras do material do Centro, e nem sempre são adequados para a preservação. Para que os serviços públicos cheguem, nós dependemos da balsa, que traz os caminhões, volumes grandes, a caçamba da Comlurb, e viaja diariamente. Tudo traz dificuldades adicionais para nós”, relatou.

 

“A barca transporta todo o resto, a nossa vida, a gente não tem nenhum acesso ao continente, dependemos da Barca para levar nossos cachorros e gatos para castrar, para ter dinheiro, porque o carro forte não vem até aqui, temos um banco, o Itaú, e ele é abastecido também na barca. A pessoa que é presa em Paquetá é carregada na barca para o continente, quando alguém morre, faz sua última viagem na barca, além de ser nosso transporte diário, mas é um transporte muito peculiar porque transporta tudo isso ao mesmo tempo”, prosseguiu a moradora.

 

A proposta da concessionária é fazer uma ‘triangulação’ na viagem até Paquetá, com as barcas passando antes pela estação Cocotá, na Ilha do Governador. Outro problema para os moradores que dependem das embarcações para trabalhar é o deslocamento posterior à chegada ao Rio de Janeiro, visto que a maioria exerce suas funções longe do Centro da cidade.

 

“A nossa vida está organizada em torno desses horários que estão desde 2014, 2015, e a gente já se programa para isso. Fizemos uma pesquisa recente e esse material mostra que 25% dos trabalhadores que moram em Paquetá e trabalham no continente, trabalham no Centro. A grande maioria, 75% dos trabalhadores de Paquetá, trabalham em outros bairros, então precisa chegar na Praça XV e tomar outro transporte para poder acessar o trabalho”, lembrou Ialê.

 

A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DP-RJ), em parceria com a Assembleia Legislativa (Alerj) e a Agência Reguladora de Serviços Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado (Agetransp), está auxiliando os moradores de Paquetá para impedir a mudança de horário do transporte.

 

A CCR anunciou a implementação da nova grade de horários após uma decisão judicial, mas a Agetransp, provocada pela Comissão de Transporte da Alerj, divulgou uma nota informando que não foi notificada. Com isso, houve o adiamento das mudanças.

 

“Enquanto isso, a população começou uma grande mobilização e a Defensoria Pública tentou uma primeira negociação, que não foi aceita pela empresa. O juiz despachou por uma contraproposta da população, mas a população não quer contraproposta, quer a revogação da medida. De qualquer forma, estamos em tratativas com a Secretaria de Transporte e tentando chegar a um acordo”, disse a representante da Morena.

 

Na próxima quarta-feira (15) haverá uma audiência no Tribunal de Justiça para a tentativa de um acordo entre as partes.

 

Ouça a entrevista de Ialê Falleiros:

 

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