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OSCIP Observatório de Favelas lança pesquisa sobre homicídios de jovens

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O extermínio da juventude negra e periférica no Brasil cresce a olhos vistos. As atitudes repressivas de aparelhos do Estado são um dos fatores que amplificam esta tragédia diária. Um dos exemplos mais recentes aconteceu no último fim de semana, quando uma ação policial provocou a morte de nove pessoas na favela de Paraisópolis, em São Paulo.

 

Sob a comoção deste e de outros episódios, o Observatório de Favelas, organização da sociedade civil de pesquisa, consultoria e ação pública dedicada à produção do conhecimento e de proposições políticas sobre as favelas e fenômenos urbanos, lançou, no dia 28 passado, o estudo denominado ‘Tecendo memórias’, que traça um panorama dos homicídios de adolescentes e jovens no Rio de Janeiro.

 

Em parceria com o Fórum Grita Baixada, a Rede de Mães e Familiares de Vítimas da Violência de Estado da Baixada Fluminense e a Casa de las Estratégias de Medellín, entidade da Colômbia, a publicação é resultado do diálogo estabelecido com familiares e amigos vítimas de violência letal.

 

“Nesse estudo, buscamos contribuir para dar visibilidade à taxa de homicídios de jovens e adolescentes em uma perspectiva que era justamente a fala das mães desses jovens. Esse trabalho envolve a produção de intervenções artísticas e a elaboração de narrativas sensíveis a isso. Temos registrado uma ação que é desmedida e tem se dado muito pouca voz para as pessoas próximas dessas vítimas”, avaliou Thais Gomes, pesquisadora do eixo de Direito á Vida e Segurança Pública do Observatório.

 

O estudo analisou os crimes que aconteceram no município do Rio de Janeiro, em duas cidades da Baixada – Japeri e Nova Iguaçu -, em São Gonçalo e no Noroeste Fluminense, especialmente em favelas e comunidades pobres. A análise trouxe uma constatação do que é visto no dia-a-dia pela população mais humilde.

 

“A gente optou por trabalhar diversas dimensões territoriais, raciais e de gênero e trazer uma diversidade na dinâmica que esses homicídios acontecem. Trazemos homicídios por intervenção de forças do Estado, por ação da polícia, por grupos armados e também os crimes que acontecem por motivação lgbtifóbica. Mesmo trazendo essa diversidade, o maior número de casos que chegamos nessa pesquisa é de intervenções por força do Estado”, comentou Thais.

 

O número de mortes no país beira as 65 mil por ano, índice semelhante ao de nações em guerra. Um dos culpados por este quadro, na análise da especialista do Observatório de Favelas, é a incidência de revólveres, pistolas e fuzis em circulação.

 

“Independente dos homicídios, um dos problemas é, de fato, a presença da armas de fogo na sociedade. Mais de 70% das mortes violentas no país são causadas por armas de fogo. No nosso estudo, os 10 casos tiveram o emprego de armas de fogo, isso reforça um problema. Acho que uma pauta das nossas discussões é infundida uma sociedade que reforça o uso do armamento independente de que uso seja, o quanto isso é prejudicial para a gente. Estamos registrando uma perda de vidas muito grande”, disse.

 

Ouça a entrevista de Thais Gomes:

 

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