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Ottoni alerta: “Todas as pandemias decorrem da falta de saneamento”

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Às vésperas do Dia Mundial da Água, que acontece no próximo domingo (22), voltam à tona as discussões a respeito da utilização do efluente no planeta. O debate é potencializado pela ocorrência do novo coronavírus, a pandemia que já provoca mortes em todos os continentes.

 

A higiene pessoal é a principal forma de se conter a transmissão da Covid-19. No entanto, esta realidade não é comum às populações de países mais pobres, especialmente na África. O problema aparece também no Brasil, onde 35 milhões de pessoas não têm acesso à água potável, de acordo com estudo do Instituto Trata Brasil.

 

Além disso, apenas 46% do esgoto produzido no país recebe tratamento adequado. O professor associado do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Adacto Ottoni lembrou que o avanço das doenças de contágio pessoal se dá pela ausência de cuidados com os rejeitos.

 

“O que gerou basicamente todas essas pandemias que ocorreram no planeta foi a falta de saneamento. Onde não há saneamento, não há higiene, há problemas de contaminação de animais silvestres, da população que consome esses animais e, a partir daí, começa o problema. Isso é um alerta que a natureza está nos dando”, alertou.

 

O discurso dominante aponta o aquecimento global como maior vilão para a manutenção da vida no planeta na atualidade. O docente, no entanto, fez questão de rebater a teoria.

 

“Fala-se muito que o problema do planeta são as mudanças climáticas. Eu sempre discordei dessa afirmativa. É importante combater o aquecimento global, mas ele não é o problema mais importante, a crise do coronavírus está nos mostrando. O homem precisa ter um modelo de gestão do planeta com sustentabilidade ambiental para evitar essas crises. A população tem de cobrar políticas públicas dos nossos governantes que preservem a natureza”, ponderou.

 

“Que sejam políticas públicas com soluções baratas, que tenham viabilidade econômica, senão você não dá abrangência, e que tenham viabilidade social, que vão preservar a saúde das pessoas, gerar emprego. É fundamental ter emprego, isso nós só conseguimos se tivermos modelo de gestão”, prosseguiu Ottoni.

 

O docente citou também as recentes falhas no abastecimento pela Companhia Estadual de Águas e Esgoto do Rio de Janeiro (Cedae). A contaminação do efluente pela geosmina se soma à dificuldade de distribuição em algumas regiões da cidade, especialmente nas zonas Norte e Oeste. A cobrança foi estendida a outras estatais de serviços essenciais.

 

“A Cedae precisa garantir o abastecimento, é crucial, e não digo só a Cedae, a Comlurb tem de garantir uma empresa eficiente para evitar a contaminação. A Cedae precisa levar água para todo mundo, especialmente nas comunidades onde está havendo problema por conta da pressão, e não falta de água, estamos com água sobrando no Rio. O problema é planejamento estratégico”, afirmou.

 

Ouça a entrevista de Adacto Ottoni:

 

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