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Ouriques ataca ‘alternativa’ Mourão: “É um homem dos Estados Unidos”

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Diante do caos provocado pela gestão de Jair Bolsonaro à frente da Presidência da República, o vice, Hamilton Mourão, tem se colocado diante dos microfones com considerações ponderadas, em uma tentativa de se credenciar como opção ao comando do país caso as forças políticas dominantes vejam como inevitável a queda do titular do cargo.

 

Até mesmo alguns representantes da esquerda consideram o general do Exército a via mais racional do Palácio do Planalto. A tese é repudiada pelo professor e diretor do Instituto de Estudos Latino Americanos (IELA) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Nildo Ouriques, apesar de crer na saída de Bolsonaro antes do fim de seu mandato.

 

“Tudo se encaminha para um ‘fora, Bolsonaro’, mas o Mourão é um homem dos Estados Unidos, afinado com a doutrina de segurança hemisférica dos Estados Unidos como estão aí os vídeos nas redes mostrando seus discursos defendendo o ultraliberalismo. Ele diz se claramente favorável à privatização de tudo, portanto a despeito de parecer mais comedido, mais preparado que Bolsonaro, em primeiro lugar há um alinhamento com Washington”, ponderou.

 

Na opinião do professor, a estratégia de atuação de boa parte do progressismo no Brasil passa pela defesa democrática plena quando tal estado é inalcançável, dadas as condições políticas e o interesse na ampliação do rentismo no país.

 

“A esquerda brasileira não pratica um anti-imperialismo sistêmico. A esquerda brasileira dominante, que é um liberalismo de esquerda, supõe que nós podemos trabalhar na aba do Partido Democrata dos Estados Unidos e que nossa função é preservar a democracia numa política de resistência. Digo que essa política já está cancelada, ela caducou e por isso que insisto na tese da revolução brasileira contra aqueles que acham que apenas uma política de resistência é o bastante”, disse.

 

Neste quadro, as manifestações marcadas pelos profissionais da educação, no próximo dia 15, e a grave geral convocada para 14 de junho devem encaminhar a troca no cargo máximo da administração federal.

 

As mobilizações populares são tidas por Nildo como o embrião para uma mudança no quadro econômico e social no país, já que as organizações partidárias têm demonstrado interesse prioritário na disputa pela institucionalidade, em especial nas eleições municipais do próximo ano.

 

“Só o protagonismo popular e a conformação de um novo radicalismo político pode abrir um novo cenário para o Brasil. Agora o drama é saber se os partidos de esquerda avançarão nessa direção. Eles ficam fazendo cálculo de como está a disputa pelas prefeituras aí na frente. Nós temos de entrar em uma luta política, se for o caso pelo ‘fora, Bolsonaro’, sabendo que Mourão vai assumir e teremos, em seguida, de enfrentar um ‘fora, Mourão’, mas isso terá de ser calibrado pela qualidade do discurso oposicionista, e o discurso oposicionista, na sua grande maioria, ainda aposta as fichas no Congresso Nacional, no recurso do Supremo e não na mudança daquilo que temos em nossas mãos”, encerrou o docente.

 

Ouça a íntegra da entrevista de Nildo Ouriques:

 

 

Entrevista em 09.05.2019

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