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Passarinho: “Oposições precisam ter postura firme contra Jair Bolsonaro”

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Em pouco menos de três meses de Jair Bolsonaro ocupando o Palácio do Planalto, os brasileiros ainda parecem perdidos em meio a um festival de sandices promovido pelo presidente e por sua equipe de governo.

 

O misto de incapacidade administrativa e teorias estapafúrdias vem provocando crises quase que diárias em Brasília, a última delas com o líder da Câmara Rodrigo Maia por conta das articulações políticas sobre a reforma da Previdência. O parlamentar chegou a dizer que o ex-capitão do exército está “brincando de ser presidente”.

 

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Álvaro Nascimento

O economista Paulo Passarinho e o jornalista Álvaro Nascimento estiveram no estúdio do Faixa Livre para um rápido debate sobre os rumos do país com o que já foi apresentado pelo político do PSL.

 

Eleito com pouco mais de 57 milhões de votos, Jair Bolsonaro enfrentou forte resistência dos opositores durante a campanha eleitoral, que contou com mobilizações em praças públicas e nas redes sociais. Entretanto, com o início do mandato, o processo arrefeceu inclusive no que diz respeito aos partidos derrotados no pleito.

 

A imobilidade dos movimentos contrários à gestão federal é um dos principais motivos para o caos que o Brasil atravessa na opinião de Passarinho.

 

“Estamos vivendo uma excepcionalidade muito grande. Acho que para ser superada é necessária uma postura muito mais firme das oposições. Está faltando oposição no país”, decretou.

 

A crítica do economista aos partidos de esquerda se baseia na anuência às pautas impostas pelo grande capital no período de pouco mais de 13 anos em que o PT ocupou a Presidência:

 

“Algumas ideias dessa hegemonia liberal foram reafirmadas durante os governos do Lula e da Dilma, voltamos a ouvir a ênfase na disciplina fiscal, na luta contra a inflação, no superávit primário. Agora que precisamos lutar contra esse modelo econômico, me parece que boa parte da oposição está enredada nesse discurso e prática que recentemente os governos de esquerda do PT tiveram”.

 

As discussões sobre as políticas voltadas à economia, tocadas agora pelo Chicago boy Paulo Guedes, devem ocupar o dia-a-dia dos parlamentares e movimentos sociais do país.

 

“Falta especialmente à esquerda um diagnóstico mais sério a respeito da situação econômica e principalmente o que podemos propor para a sociedade brasileira porque não adianta afirmar que se rompermos com o capitalismo mundial, iremos encontrar um caminho para o desenvolvimento do país, para resposta aos problemas materiais da nossa população. Isso é um discurso que em geral aponto meramente como doutrinário, como convencemos as maiorias a isso?”, questionou Passarinho.

 

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Paulo Passarinho

“E, ao mesmo tempo, acho que não cabe a posição que o PT alimentou quando governo que de alguma maneira procurou atenuar os efeitos de um modelo econômico que precisa ser superado. Todas as reformas que foram feitas nos anos 1990 são falsas sob o ponto de vista do interesse popular. Falta a esquerda colocar a economia no centro do debate político”, concluiu.

 

Apesar de concordar com o diagnóstico do economista, Álvaro Nascimento, que vai apresentar o Faixa Livre na próxima semana, mostrou-se esperançoso em especial depois dos atos que ocorreram na última sexta-feira (22) contra a reforma da Previdência.

 

“Fiquei muito satisfeito com as várias manifestações no Brasil inteiro. Foi uma demonstração de que estamos saindo da toca. A construção dessa frente do movimento democrático é urgente e a população começando a ir às ruas põe uma luz no fim desse túnel que estamos atravessando, o que me faz ficar otimista”, pontuou.

 

A articulação sugerida pelo jornalista para disputar a hegemonia política deve contar com partidos identificados com as diversas matizes ideológicas.

 

“Tento evitar essa coisa da esquerda porque estamos vivendo um momento em que precisamos sair desse jargão para um processo de construção de uma frente de democratas, antifascistas. Estamos lidando com um governo fascista, que chama os quartéis a comemorar um golpe militar que significou diversos atentados à democracia mais do que registrados na história”, disse Álvaro.

 

Ouça o debate na íntegra:

 

 

Debate em 28.03.2019

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