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Petroleiros ameaçam greve caso Petrobras não aceite acordo coletivo

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A situação dos trabalhadores da principal estatal do país, a Petrobras, se complica a cada dia. Não bastasse o processo de entrega dos ativos da empresa capitaneado pelo governo de Jair Bolsonaro, com mais um megaleilão da cessão onerosa do pré-sal marcado para novembro, os petroleiros se vêem às voltas com as intermináveis negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

 

Em discussão há meses, a convenção ainda não foi ratificada entre a direção da companhia e as entidades sindicais. O impasse obrigou o Tribunal Superior do Trabalho (TST) a intervir em busca de uma solução.

 

O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP) José Maria Rangel avaliou que o problema enfrentado pela categoria é apenas um reflexo do caos administrativo que o país atravessa.

 

“Não temos como dissociar esse momento que a gente passa na companhia e no processo de negociação com a Petrobras do momento que estamos vivendo no país. É um momento de autoritarismo, de fechamento de portas de negociação, em que a direção da Petrobras já tem seguido à risca esse receituário do governo de plantão”, reclamou.

 

“Está sendo um processo muito duro, temos um acordo coletivo construído à margem de muita negociação que a gente vem mantendo desde 2013, ou seja, conseguimos passar com esse acordo mesmo nos momentos em que a Petrobras apresentou prejuízo contábil. Agora, a empresa, que no ano passado apresentou um lucro de R$ 25 bilhões, vem com uma história para boi dormir dizendo que precisa reduzir os nossos serviços para manter a sua sustentabilidade, o que é mentira porque provamos com números do próprio balanço da empresa”, continuou o dirigente.

 

Durante o período de 20 dias em que houve a mediação do TST, algo que rompe com as tradições da empresa, já que os acordos sempre foram negociados internamente, os executivos da Petrobras se recusaram a participar de reuniões bilaterais com os profissionais.

 

As centrais sindicais realizarão assembleias durante os próximos dias e a tendência é que a nova proposta seja recusada. Com isso, abre-se um indicativo de greve dos petroleiros marcada para o próximo dia 26.

 

As principais reivindicações dos empregados da estatal não se dão em torno do reajuste salarial, que deve ficar abaixo até mesmo da inflação, mas da manutenção de benefícios históricos da categoria.

 

“A proposta que fizemos foi de recomposição do nosso salário pela inflação acumulada no período. O Tribunal tem uma prática de aplicar 70% do INPC, mas esse não é um dos pontos que temos tratado nessas assembleias. Temos direitos consagrados há muito tempo e que queremos preservar. Por exemplo, a proposta do Tribunal é reajustar nossa assistência médica pelo VCMH, Variação do Custo Médico-Hospitalar, que normalmente dá cinco vezes a inflação mensal. Isso é um problema para nós”, avaliou Rangel.

 

Ouça a entrevista de José Maria Rangel na íntegra:

 

 

Entrevista em 17.10.2019

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