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Plinio Jr. crê em crise maior que de 1929 e condena ações de Guedes

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O debacle econômico que afeta o planeta, potencializado pela pandemia do novo coronavírus, ainda é de amplitude desconhecida para os especialistas. O discurso que começa a emergir é de que a crise atual pode ser maior que a de 1929, conhecida como a ‘grande depressão’, quando houve uma queda expressiva na produção industrial dos Estados Unidos que provocou o crash – quebra – da Bolsa de Valores de Nova Iorque.

 

A previsão foi endossada pelo professor de Economia da Universidade de Campinas (Unicamp) Plinio de Arruda Sampaio Jr.. Ele apontou que o processo de depressão da economia começou a se configurar no ano passado e deve atingir os brasileiros de maneira ainda mais intensa.

 

“O coronavírus foi o estopim que detonou uma crise econômica mundial que já estava latente de maneira muito clara desde 2019 e vinha sendo alertado por vários economistas. O impacto disso no Brasil vai ser brutal. Viveremos muito provavelmente uma crise econômica com características muito próprias da crise de 1929, muito superior a ela. O colapso do gasto, da demanda agregada vai provocar uma recessão brutal”, indicou.

 

“Acho que é muito difícil a gente quantificar o que está acontecendo, por enquanto são especulações, mas que nós teremos um crescimento negativo, uma contração da economia fortíssima, com desemprego muito rápido porque as relações de trabalho já são muito precárias, não tenho a menor dúvida”, prosseguiu.

 

Já há quem defenda estratégias drásticas para conter o avanço da crise, como a de que os Estados nacionais devem imprimir dinheiro e distribuir para a população pelos próximos meses. A teoria foi apresentada pelo economista inglês Jim O’Neill, criador do conceito do BRIC, em entrevista ao jornal Valor Econômico.

 

A adoção de práticas Keynesianas, que defendem a intervenção econômica do Estado, pelos liberais em momentos de colapso foi ironizada pelo docente da Unicamp, destacando um personagem que resiste a isso.

 

“Todo mundo [defende o Keynesianismo], menos aqui no Brasil porque o [ministro da Economia] Paulo Guedes disse que vai combater a crise com reformas, o que seria o equivalente a um sindico vendo o edifício em chamas convocar uma reunião de condomínio para discutir o modo de funcionamento do prédio. Para enfrentar uma crise dessa proporção já existe uma técnica que é o Keynesianismo e é importante que ele seja mobilizado rapidamente com políticas não só de transferência de renda, mas de frentes de trabalho”, considerou.

 

Uma das soluções propostas pelo titular da Pasta da Economia no país para a iminente perda de receitas é a redução dos ganhos dos profissionais em 50% em troca da diminuição da jornada de trabalho. Plinio Jr. criticou a medida.

 

“Acho uma vergonha uma autoridade pública em um momento em que a população está sendo atingida por uma dupla crise, que são as de saúde e econômica, propor redução de salário. Ele devia estar propondo o contrário, dando condições para as empresas não demitirem, garantindo o emprego no período emergencial. Poderia até reduzir a jornada de trabalho para garantir mais empregos e mantendo o salário. Parece um governo débil mental”, atacou.

 

Ouça a íntegra da entrevista de Plinio de Arruda Sampaio Jr.:

 

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