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Presidente do Crea: “Vale sabia do problema em Brumadinho”

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Quase duas semanas após a tragédia do rompimento da barragem de rejeitos da Vale que deixou centenas de mortos em Brumadinho, novas revelações vão surgindo e indicando que os engenheiros da empresa de mineração sabiam dos riscos de colapso da estrutura em Minas Gerais.

 

O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ) Luiz Cosenza tem convicção desta tese, apesar de ser favorável à continuidade das investigações que apurem as responsabilidades.

 

“Não tenho dúvida nenhuma de que a Vale sabia do problema pelas declarações que foram dadas. Um acidente na engenharia não acontece sem que não seja anteriormente vista alguma sinalização de que pode acontecer”, lembrou.

 

Um laudo elaborado pela empresa alemã Tüv Süd a pedido da Vale, em 2018, detectou problemas no sistema de drenagem da barragem, mas concluiu pela estabilidade da estrutura. O documento aponta que em determinada área, parcialmente saturada de água, havia um dreno seco. Já outros continham trincas pelas quais vertia água.

 

Outra recomendação do documento indicava a instalação de novos piezômetros, equipamentos que medem o nível e a pressão da água no solo, além de um mecanismo sismológico no entorno da barragem. Finalmente o laudo pedia que a mineradora agisse para diminuir a possibilidade de gatilhos, como proibir detonações nas redondezas, evitar o tráfego de máquinas pesadas e a elevação do nível de água na estrutura.

 

O presidente do Crea, que também é graduado em segurança do trabalho, criticou o fato de os profissionais da empresa alemã terem referendado o relatório, ressaltando uma possível coação.

 

“O único senão que faço em relação aos engenheiros é se eles assinaram o laudo sob pressão ou não, e engenheiro não pode assinar laudo sob pressão. Não sei se pressionados pela sua própria empresa ou pela Vale, mas eles têm de saber que se assinarem e acontecer alguma coisa, serão os responsáveis”, encerrou Cosenza.

 

Ouça a entrevista de Luiz Cosenza na íntegra:

 

 

Entrevista em 07.02.2019

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