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“Privatização é um disparate para o país”, diz Plínio de Arruda Sampaio

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O anúncio dos planos do Governo Federal em ampliar o processo de venda de ativos nacionais em 2020 provocou temor àqueles que enxergam nas estatais uma importante ferramenta para alavancar o crescimento do país e oferecer à população serviços de qualidade.

 

Salim Mattar, secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, afirmou ontem (14) que quer acelerar as privatizações de cerca de 300 empresas e espera arrecadar para os cofres do país aproximadamente R$ 150 bilhões com os leilões esse ano.

 

O professor de economia da Universidade de Campinas (Unicamp) Plínio de Arruda Sampaio Jr. considera a entrega das riquezas brasileiras ao capital internacional um desatino, como parte de um plano com maior alcance.

 

“Isso significa um disparate para o país. Primeiro, por que forma rápida? Por que não fazer isso lentamente, discutindo com a população para ver se o que está sendo vendido tem ou não função pública? Tudo que é feito rápido, na surdina, é uma forma de ocultar algum interesse espúrio. Na verdade, o governo vive uma crise fiscal grande, provocada sobretudo pela política recessiva do próprio governo, e ele procura compensar a falta de recursos liquidando o patrimônio público”, ressaltou.

 

A justificativa utilizada pela gestão federal para diminuir o tamanho do Estado na tentativa de enxugar os custos e reverter um suposto rombo nas contas públicas é vista como insuficiente pelo docente da Unicamp.

 

“A argumentação a favor da privatização é meramente ideológica, não tem nenhum fundamento. O Brasil fez muitas privatizações, uma política de ajuste fiscal duríssima, que só nos últimos quatro anos provocou déficit, e mesmo assim a dívida pública aumenta porque a causa do aumento é o pagamento de juros. Como um cidadão que está no cheque especial, ele entra em uma dívida não porque gastou muito, mas porque a dívida do cheque especial sai em disparada, mas nesse assunto os governos neoliberais não tocam”, comentou Plínio.

 

As negociações no plano internacional também passaram pela análise do economista, já que hoje o presidente dos Estados Unidos Donald Trump e o vice-premiê chinês Liu He assinam um acordo que vai ampliar as compras, pelo país asiático, de produtos manufaturados, agrícolas, energia e serviços estadunidenses.

 

A intenção é amenizar o conflito tributário estabelecido nos últimos anos entre as duas maiores economias do mundo, o que tem provocado reflexo em outros países. O evento se dará na Casa Branca, sede do governo dos EUA.

 

“Em princípio, não é exatamente um acordo, é uma trégua, uma espécie de um passo atrás na escalada de guerra comercial entre Estados Unidos e China. Para a economia internacional, é uma boa notícia porque não vai piorar, diminui a incerteza. Isso foi feito porque a guerra comercial estava abalando o comércio internacional e afetando a economia americana, e lá é ano de eleição. O grande trunfo do Trump é o crescimento econômico americano. De qualquer maneira, os conflitos comerciais entre China e Estados Unidos são de fundo estrutural, muito além da personalidade bizarra do Trump, e estão muito longe de serem resolvidos”, diagnosticou o professor.

 

Ouça a entrevista de Plínio de Arruda Sampaio Jr.:

 

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