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Professor cita “litígio” entre classe média e Jair Bolsonaro em panelaço

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A oposição ao governo de Jair Bolsonaro, ao que tudo indica, começa a ganhar volume no país. Prova disso foi o panelaço realizado na última quarta-feira (18) convocado por centrais sindicais em substituição às manifestações de rua no Dia Nacional de Luta pela Educação, por conta do temor da pandemia do novo coronavírus.

 

Nas grandes cidades de todo o país o que se ouviu foi o barulho vindo das janelas e varandas a partir das 20h30. Antes disso, durante a tarde, enquanto o presidente discursava em Brasília, já houve a ocorrência de protestos ruidosos das residências, situação semelhante ao que ocorreu na terça-feira (17).

 

Na avaliação do professor de Filosofia Luiz Carlos de Oliveira e Silva, os atos de desaprovação à administração federal contam com o apoio de parcela da população que ajudou a eleger o ex-capitão do Exército em 2018.

 

“As manifestações de ontem e anteontem mostram uma coisa muito clara, que se instaurou um litígio entre setores importantes da classe média contra Bolsonaro, setores esses que apoiaram Bolsonaro no movimento antipetista. Foi uma manifestação sobretudo desses setores de classe média que até ontem estavam com ele. Bolsonaro estabeleceu esse litígio que, a meu ver, veio para ficar, é um caminho sem volta”, avaliou.

 

Antes das manifestações dos últimos dias, a discordância às medidas implementadas pelo chefe do Executivo nacional estava aparente nos discursos de analistas ligados historicamente ao neoliberalismo, de acordo com o docente.

 

“A esse litígio se somam sinais que a plutocracia já estava emitindo através de Monica de Bolle, Armínio Fraga, André Lara Rezende, sinais de crescente desconforto tanto com a condução da política, quanto da economia do governo Bolsonaro”, relatou.

 

Confrontado ao argumento de que os economistas citados fazem parte da corrente peessedebista, derrotada pelo atual mandatário no pleito presidencial, Oliveira e Silva lembrou que os economistas representam os detentores do grande capital.

 

“Agora eles estão expressando uma vontade, uma intenção política que ultrapassa o tucanismo, eles são voz, são sinais emitidos pela plutocracia de descontentamento com a condução, se apresentam como uma alternativa”, destacou.

 

A situação do presidente se assemelha, na opinião do professor, à de outro personagem que pontificou a derrocada da democracia no país combinada à ascensão de ideais de direita.

 

“Bolsonaro está com seus dias contados, quanto a isso não há dúvida, mas ele cumpriu sua função como fez o Eduardo Cunha. Depois de ser o grande chefe do impeachment, ele foi simplesmente expelido. Me parece que o caminho do Bolsonaro é esse, cumpriu sua função de derrotar o PT, retomar a agenda de desmanche e agora é deixar as coisas nas mãos de profissionais”, concluiu.

 

Ouça a entrevista de Luiz Carlos de Oliveira e Silva na íntegra:

 

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