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“Projeções são mal-intencionadas”, diz Mineiro sobre economia no país

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A euforia do governo de Jair Bolsonaro e do mercado financeiro para uma aceleração do crescimento da economia no Brasil tem se frustrado a cada novo anúncio dos índices referentes a 2019. O último revés diz respeito às vendas no comércio varejistas.

 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve um crescimento de 1,8% nos ganhos do varejo no ano passado. Apesar de positivo, o número é inferior ao registrado em 2017 e 2018 – 2,1% e 2,3%, respectivamente. Além disso, houve uma perda de fôlego no setor no último mês do ano, com uma queda de 0,1% em relação a novembro.

 

O dado é significativo já que, em dezembro, o Natal costuma impulsionar as vendas. O economista Adhemar Mineiro lembrou que a tentativa dos especialistas em apontar números que não condizem com a realidade não é novidade no país.

 

“Os analistas, principalmente a turma do mercado financeiro, tentaram inflar os índices de crescimento no final do ano passado e no comecinho do ano para depois irem ajustando. Já vimos isso nos dois últimos anos, especialmente dependendo do grau de proximidade que essa turma que faz as previsões tem com o governo de plantão”, ressaltou.

 

A comparação do economista em relação a 2018 e 2019 se dá graças às semelhanças que foram demonstradas no período: as expectativas fracassadas por parte do governo.

 

“Falei dos dois anos porque se entrou com um movimento muito parecido, tentando jogar as estimativas [de crescimento econômico] para alguma coisa entre 2,5% e 3% do ponto de vista desses analistas otimistas ou ‘Polianas’. Não podemos chamar de Poliana porque ela não era mal-intencionada, só era otimista, e esses são meio mal-intencionados porque fazem essa projeção excessivamente otimista com uma finalidade. Nos dois últimos anos, houve um ajuste gradual para se chegar a um indicador entre 1% e 1,5%”, pontuou.

 

Além de ter pontuado que os números da produção industrial também demonstraram queda em 2018, Mineiro avaliou que os índices de crescimento indicados pelo mercado financeiro nos anos anteriores, ainda que fossem alcançados, sequer seriam suficientes para compensar as perdas da economia nos últimos meses da gestão de Dilma Rousseff.

 

“Nem os 2,5%, que é o patamar com que eles trabalham inicialmente, é algo muito substancial face à queda que você teve em 2015 e 2016. Mesmo um crescimento dessa ordem colocaria o retorno ao patamar de 2014 lá para frente, mas nem isso acaba se concretizando porque o ajuste destas previsões mal-intencionadas vai acontecendo ao longo do ano. Esse ano provavelmente essa turma vai atribuir a não concretização das suas previsões ao coronavírus, na China, alguma coisa bem exótica, mas na verdade é o mesmo movimento dos últimos anos”, concluiu.

 

Ouça a entrevista de Adhemar Mineiro na íntegra:

 

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