O governo de Jair Bolsonaro deu mais um exemplo de desrespeito à soberania dos vizinhos sul-americanos ao permitir que um grupo de partidários de Juan Guaidó, autoproclamado presidente da Venezuela, invadisse a Embaixada do país em Brasília na última quarta-feira (13).

O episódio ganhou contornos de maior perplexidade pois aconteceu no dia da abertura da reunião de cúpula dos Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, quando a capital federal está sob forte segurança das Forças Armadas, no regime de Garantia da Lei e da Ordem.

O Doutor em Políticas Públicas da Universidade Bolivariana Flávio Túlio Ribeiro condenou a ação daqueles considerados golpistas e ressaltou que a atual gestão do Palácio do Planalto prova mais uma vez sua incompetência perante o planeta.

“O Brasil mostra ao mundo que não tem capacidade de proteger nenhuma Embaixada e nenhum país amigo, que é o que a Venezuela é. Não tem policiamento, não tem segurança, os invasores com certeza foram incentivados pelo [Juan] Guaidó, ele apronta essas coisas com auxílio dos aliados brasileiros. É uma vergonha em meio a uma reunião do Brics, mostra a posição pequena do Brasil”, lamentou.

Os manifestantes deixaram o local no início da noite. Além dos funcionários da Embaixada, defensores do governo de Nicolás Maduro e parlamentares, como os deputados Paulo Pimenta (PT-RS) e Glauber Braga (PSOL-RJ), estiveram na Embaixada na tentativa de retirar os invasores.

Após Eduardo Bolsonaro, filho do presidente e cotado para assumir a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos, defender a invasão, o Gabinete de Segurança Institucional divulgou uma nota repudiando o episódio e informando que o governo brasileiro não estava envolvido na ocupação.

“A vergonha foi tão grande que fez o bolsonarismo nominado pelo presidente da República voltar à posição deixando seu filho fanfarrão falar bobagens para o mundo. De uma forma ou de outra é uma grande vergonha, uma grande injustiça e é um caso que não pode se repetir porque a gente mostra para o mundo o quanto o Brasil se apequenou nessa situação”, avaliou Ribeiro.

Ouça a entrevista de Flávio Túlio Ribeiro: