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Rio reúne especialistas e lança rede de pesquisas sobre violência

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O avanço dos índices de assaltos e mortes violentas e a falta de políticas públicas que convirjam à inclusão social no estado levaram um coletivo de especialistas, professores universitários e institutos voltados ao estudo das causas desta tragédia humana a criarem a Rede Fluminense de Pesquisas Sobre Violência, Segurança Pública e Direitos Humanos.

 

O evento de lançamento do grupo acontece nesta segunda-feira, no salão nobre do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a partir das 17h, e vai reunir estudiosos como Luiz Eduardo Soares, Julita Lemgruber, Jaqueline Muniz, Marcelo Burgos, Alba Zaluar, entre outros.

 

O professor do Departamento de Sociologia da UFRJ Michel Misses, que também participará do encontro, ressaltou o recrudescimento do quadro autoritário no estado e no país após as últimas eleições, o que impõe a união de quem tem responsabilidade com a defesa da população pobre, a mais afetada pela violência urbana.

 

“Estamos muito preocupados com o abismo crescente entre o nosso trabalho, com o que as pesquisas identificam como os principais problemas, e os discursos das autoridades públicas no Rio de Janeiro, que parecem desconhecer simplesmente mais de 40 anos de trabalho e políticas públicas que foram desenvolvidas sob influência desses pesquisadores”, avaliou o docente.

 

Além dos profissionais especializados e instituições de ensino superior, também participarão do movimento entidades como IPEA, ISER, Observatório de Favelas, Redes da Maré, Fogo Cruzado, Igarapé, Anistia, Fórum Grita Baixada, Casa Fluminense, ITS, Cejil, Luta Pela Paz, Justiça Global, IPP – e centros de pesquisas de entidades jurídicas, como o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).

 

Especialmente após a posse do governador Wilson Witzel, o professor da UFRJ identificou um afastamento entre as iniciativas governamentais para conter a violência e a experiência acadêmica, que guiou as decisões sobre o tema da segurança pública por um longo período no estado.

 

“Houve uma ruptura completa entre o governo e as universidades. É com isso que estamos preocupados porque sempre estivemos olhando diferentes governos, diferentes orientações políticas quando sentimos que podemos ajudar no combate à violência e, portanto, há uma tentativa de maior compreensão da situação de cada conjuntura porque o Rio não tem uma compreensão sua. Cada época tem variações até para compreender o que está acontecendo em cada área”, relatou.

 

“Infelizmente o que estamos assistindo são as operações policiais que haviam sido praticamente suspensas durante toda a política de UPP. Entre 2008 e aproximadamente 2013, 2014, houve uma redução drástica dos homicídios no Rio de Janeiro e também daqueles cometidos em operações policiais. Isso agora retornou causando muitas mortes entre civis, inocentes”, continuou Misse.

 

Com entrada franca para o lançamento da Rede Fluminense de Pesquisas Sobre Violência, Segurança Pública e Direitos Humanos, o salão nobre do IFCS fica no Largo São Francisco de Paula, nº 1, no Centro do Rio de Janeiro.

 

Ouça a entrevista de Michel Misse:

 

 

Entrevista em 01.07.2019

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