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Sabrina Fernandes avisa: “Eleições municipais são estratégicas ao país”

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O calendário eleitoral brasileiro aponta para o segundo semestre de 2020 a realização do pleito municipal, onde serão escolhidos prefeitos e vereadores para as 5570 cidades do país. A proximidade do sufrágio, no entanto, parece não traduzir a principal motivação das legendas de esquerda, que miram a sucessão de Jair Bolsonaro no plano federal daqui a dois anos.

 

O discurso dos dirigentes partidários de embate à gestão do ex-capitão do Exército provoca uma desmobilização de boa parte da militância progressista para as eleições próximas. A crítica de analistas quanto à valorização exclusiva da disputa institucional nacional é frequente.

 

Uma delas é a socióloga, youtuber do canal ‘Tese Onze’ e autora do livro ‘Sintomas mórbidos: a encruzilhada da esquerda brasileira’ Sabrina Fernandes. A escritora realçou a competência de quadros representantes nos municípios e a proximidade dos políticos com o povo.

 

“As eleições municipais são extremamente estratégicas. Acredito que é um erro quando a gente toca muito na questão federal, quem é o presidente, e não percebe que tem bons vereadores, boas prefeituras de esquerda. Isso ajuda, inclusive, a recobrar a confiança. Na Prefeitura, você está trabalhando muito mais diretamente com a população, isso é bastante valioso”, disse.

 

Não apenas as grandes cidades devem merecer o crédito das legendas progressistas. Na opinião de Sabrina, que é natural de Goiânia, as pequenas localidades promovem o aprimoramento da consciência política das pessoas.

 

“Gostaria que a esquerda prestasse um pouquinho mais de atenção às coisas que ocorrem no interior do país, nos municípios menores, porque ali há um grande potencial. A gente está tendo um debate direto com a população sobre a questão dos recursos, está trazendo pessoas mais para perto, lidando com ambientes um pouco menores, menos complexos. Há um potencial muito forte nisso, mas a gente ainda está em uma posição de reorganização da esquerda para que consiga ter uma avaliação em relação aos municípios. Há muito trabalho pela frente”, comentou.

 

As expectativas da socióloga para o segundo ano de mandato de Jair Bolsonaro não são animadoras. Além das medidas no campo político, ela lembrou o desmonte do Estado, com o processo de privatizações que deve seguir a todo vapor, entregando à iniciativa privada empresas como a DataPrev e o Serpro, responsáveis pelos dados de milhões de brasileiros.

 

O secretário especial de Desestatização do Ministério da Economia Salim Mattar disse que a meta do governo é arrecadar R$ 150 bilhões com a venda de ativos até o final do ano. Sabrina lamentou a afirmação do ex-CEO do grupo Localiza.

 

“Eu gostaria que o nome dele fosse mais conhecido na sociedade para as pessoas compreenderem os inimigos que temos. O Salim Mattar está propondo não somente bater um recorde de privatização do governo Bolsonaro, aumentar a meta do ano passado, mas quando a gente olha para isso, para o tamanho do Brasil, o potencial econômico dessas estatais, R$ 150 bilhões é uma mixaria, não vale nada. Então você está entregando coisas que têm um potencial muito maior simplesmente para diminuir o tamanho do Estado”, citou.

 

“Os sindicatos locais e os movimentos sociais têm de cobrar os deputados no Congresso porque o que estamos vendo agora é que há uma tendência de se livrar de estatais que prestam serviços extremamente importantes. A gente vê a situação da Dataprev, do Serpro, demitiram muita gente agora no começo do ano e a expectativa é privatizar essas duas estatais que são mais lucrativas. Precisamos ter controle absoluto desses dados. Se já está difícil atualmente, algumas coisas precisam ser avaliadas nessas empresas, imagina se forem privatizadas, todos os dados de todos os brasileiros sendo entregues para empresas privadas”, encerrou a youtuber.

 

Ouça a entrevista de Sabrina Fernandes:

 

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