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“Se criou uma máquina de controle da informação no país”, avisa Dércio

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Há no imaginário popular a ideia de que a crise econômica que afeta o Brasil desde 2015 se dá exclusivamente por erros das políticas implantadas pelas gestões petistas para o setor, especialmente sob o comando de Dilma Rousseff.

 

No entanto, um componente que propositalmente não é citado pela grande mídia é resultado de um processo histórico de influência dos detentores do grande capital sobre a economia nacional: as extorsivas taxas de juros da dívida pública no país.

 

Denuncista deste regime que limita os investimentos do Estado em infraestrutura, o professor de Economia da Universidade de Brasília (UnB) Dércio Garcia Munhoz destacou que há uma manipulação das notícias que circulam no país para favorecer determinados estratos da sociedade.

 

“Se montou uma máquina de controle da informação. Essa máquina faz com que você diga que houve sim um déficit no INSS de tantos milhões. Mentira, fake news, e não se fala nada sobre o problema dos juros. Você começa a criar ficções, dados falsos, se transformou o Mistério da Fazenda em Ministério da Economia em uma fábrica de dados falsos. Com essas fake news, você enrolou o Congresso, com o governo se comprometendo em dar R$ 40 milhões para cada deputado e senador para eles aprovarem a destruição do INSS, da Previdência urbana. Mais do que isso, você manteve o discurso do déficit fiscal e veio com o projeto da reforma da Previdência”, comentou.

 

O insucesso das políticas para o setor econômico no Brasil, com favorecimento ao mercado financeiro, remete aos primeiros governos democráticos pós-ditadura militar, na avaliação de Dércio. O especialista citou a influência do neoliberalismo neste cenário.

 

“Somos vítimas já há três décadas desse pragmatismo da área econômica. É uma ortodoxia estúpida e que agora vem acompanhada de decisões ultraliberais. No início dos anos 1990, a preocupação deles foi aquela história de você abrir o país aos capitais especulativos, é uma necessidade para os bancos internacionais ter a oportunidade de ganhar dinheiro fácil fora da produção. O Itamar [Franco] resistiu, sofreu uma pressão muito grande na tentativa de desmoralizar o governo, e o FHC (Fernando Henrique Cardoso) abriu”, explicou.

 

“Quando veio o Lula, a coisa se abriu mais, entrou o dobro de capitais de curto prazo naquela ocasião. Eles construíram uma dívida brutal porque o FHC colocou como regra que despesas de juros não precisavam de controle orçamentário, de decisões do Legislativo para aprovar verbas, é um orçamento a parte que não tem limites. A partir daí foi um festival porque você começou a praticar juros altos, fazer grandes reservas para o governo do PT anunciar falsamente que o Brasil estava se fortalecendo frente ao mundo. Não era nada disso, eram capitais especulativos de curtíssimo prazo para aplicar especialmente na Bolsa de Valores e em títulos do governo, com uma rentabilidade garantida, e se teve uma bruta dívida para formar reservas”, continuou o economista.

 

Ouça a entrevista de Dércio Garcia Munhoz na íntegra:

 

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