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Vereador Paulo Pinheiro vê poucos motivos para celebrar Dia do Médico

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A saúde no Brasil, usando um velho clichê, está na UTI. A escassez de verbas para o Sistema Único de Saúde (SUS), a dificuldade de atendimento para a população e a progressiva privatização do setor público, com a administração de algumas unidades básicas e hospitais passando a Organizações Sociais, contemplam um panorama sombrio para o setor. É neste cenário que amanhã (18) comemora-se o Dia do Médico.

 

Somado ao desmonte estrutural dos centros de atendimento, os profissionais de saúde se vêem em uma situação, como a maioria das categorias, de precarização das relações de trabalho. Como alternativa, muitos médicos buscam se aventurar no serviço privado dominado pelos planos de saúde, que remuneram seus filiados em valores ínfimos.

 

Médico e militante da saúde pública, o vereador Paulo Pinheiro não enxerga razões para maiores celebrações da data e ressalta a complexidade do trabalho dos profissionais que se dedicam aos cuidados de saúde com o povo.

 

“Os médicos são profissionais que trabalham em um dos serviços mais complicados que o Brasil tem hoje que é a saúde. O SUS, que é a principal política de saúde no Brasil, foi um grande avanço, está completamente baqueado pelos governantes. Nós médicos temos pouco a comemorar em todos os sentidos. Cada vez mais essa profissão fica aviltada pelo poder público, pela iniciativa privada também. O médico no passado pensava que era um profissional liberal, a cada dia que passa a gente vê que ele hoje é um assalariado nos planos das operadoras de saúde”, destacou.

 

Apesar de observar a falta de compromisso do Executivo com os profissionais que atuam nos hospitais e clínicas Brasil afora, o parlamentar ressaltou que os jovens recém-saídos das universidades de medicina conformam uma outra realidade para a formação no país.

 

“As gerações novas de médicos têm vindo com outra cabeça, temos hoje no Brasil o chamado médico de família, que é um avanço. Aqueles médicos que têm um pensamento na sociedade, que sabem a importância do profissional de saúde para a população, e hoje os médicos de família, com algumas qualificações que têm, já começam a mostrar uma diferença em relação ao que aconteceu no passado”, ressaltou o político.

 

Se o panorama já é preocupante em outras cidades do país, no Rio de Janeiro ele se recrudesce com a administração de Marcelo Crivella. A cidade convive com o fechamento iminente de clínicas da família, criadas na gestão de Eduardo Paes e que fazem o atendimento primário, administradas pelas Organizações Sociais. Em muitos casos, as OS’s, que na teoria recebem dinheiro público para realizar os serviços, não repassam para os profissionais terceirizados.

 

“Hoje metade do orçamento da prefeitura vai para a saúde, se o prefeito realmente conseguir cumprir. São R$ 3 bilhões destinados a políticas públicas do município. Metade disso é repassado para a administração privada, para as OS’s, a gerência dessas instituições é feita através de um contrato de gestão. O caos foi instalado no serviço público de saúde porque essas instituições cada vez mais mostram que não conseguem cumprir a sua finalidade, fazer aquilo que a população precisa e o governo municipal também não paga em dia as suas despesas e obrigações com as organizações sociais”, concluiu o vereador.

 

Ouça a entrevista de Paulo Pinheiro:

 

 

Entrevista em 17.10.2019

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