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Zaccone levanta contradições sobre morte de capitão Adriano na Bahia

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A morte do ex-capitão da Polícia Militar do Rio de Janeiro Adriano Magalhães da Nóbrega, o capitão Adriano, apontado como chefe do chamado ‘Escritório do crime’ na capital fluminense, levanta uma série de questionamentos. Uma das hipóteses levantadas é de que a ação da polícia da Bahia poderia ser motivada por ‘queima de arquivo’.

 

A milícia a qual o ex-policial liderava é acusada de efetuar a execução da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. Adriano foi morto em um sítio na zona rural da cidade de Esplanada de propriedade do vereador Gilsinho da Dedé (PSL), partido ao qual o presidente Jair Bolsonaro era filiado.

 

Um dos apontados pelas investigações do assassinato da parlamentar do PSOL, o ex-PM Ronnie Lessa, era vizinho de condomínio do mandatário e acusado de fazer parte do ‘Escritório do crime’. O delegado de Polícia Civil Orlando Zaccone citou as contradições existentes entre as versões da morte do miliciano.

 

“Tudo tem de ser colocado para o debate, nada pode ser descartado. Em um primeiro momento disseram que [Adriano] estava sozinho e depois houve uma nova versão da Secretaria de Segurança [Pública] da Bahia de que aconteceram prisões de pessoas que davam cobertura a ele. Tem de se questionar onde está a verdade disso tudo”, afirmou.

 

“Acho que uma pessoa como capitão Adriano não estaria sozinho. O vereador disse que não conhece o capitão e ele teria invadido a propriedade, olha só a ficção. É uma coincidência incrível”, ironizou o delegado.

 

A polícia da Bahia declarou que atuou sozinha no cerco ao miliciano que ocasionou sua morte. Adriano teria reagido à abordagem, o que provocu a troca de tiros. Dias antes, com auxílio de investigadores do Rio de Janeiro, uma operação em uma mansão na Costa do Sauipe onde o ex-PM estava escondido resultou em fuga.

 

“Se até então as ações estavam sendo coordenadas pelo Rio de Janeiro com apoio da polícia da Bahia, por que 10 dias depois a polícia baiana resolve fazer uma operação por conta própria sem a participação de policiais do Rio?”, questionou Zaccone.

 

O advogado do ex-militar do Batalhão de Operações Especiais, Paulo Emílio Cata Pretta, disse em entrevista que Adriano relatava temor por sua morte, ainda que fosse preso. Ambos conversaram por telefone na última quarta-feira (05).

 

A esposa e a mãe do capitão Adriano trabalharam no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, que chegou a homenagear o miliciano, quando ele estava preso, com a medalha Tiradentes, maior honraria do estado, por serviços prestados. Adriano é acusado também de ficar com parte dos valores arrecadados pelo mandato de deputado do filho do presidente, no esquema denominado de ‘rachadinha’.

 

“A rachadinha é o crime e menos grave praticado pelo Adriano. Querer colocar na conta da rachadinha a queima de arquivo é uma idiotice. Ele teria uma série de situações para falar de todo esse grupo chamado ‘Escritório do crime’ do Rio de Janeiro com o poder político“, lembrou o delegado.

 

Ouça a entrevista de Orlando Zaccone:

 

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