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Editorial – 02.06.2022

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A inépcia da gestão de Jair Bolsonaro na administração do país faz com que o presidente da República tente, a todo custo, mudar o foco das discussões. Essa é uma estratégia que o ex-capitão adota desde o início do seu mandato e que o jornalista Leonardo Sakamoto muito bem exemplificou, na sua coluna publicada ontem no site UOL, que tem o título “Bolsonaro tenta preencher estômago vazio do trabalhador com armas e aborto”. O jornalista disse o seguinte:

 

Incapaz de dar boas notícias sobre a inflação (cujos dois dígitos vão devorando a comida na mesa das famílias) e sobre a renda dos trabalhadores (que caiu 7,9% em um ano, segundo o IBGE), Jair Bolsonaro desembesta a falar de armas, aborto, gênero, religião e comunismo a fim de entreter e distrair a multidão. O povo tem fome? Que coma motociata.

 

Foi o que ele fez em mais um ato de campanha eleitoral, desta vez em Jataí (GO), nesta terça (31), quando adotou o combo completo junto a um público que lhe é simpático.

 

Defendendo coisas como “um povo armado jamais será escravizado” e alertando para o fantasma (inexistente) de uma ditadura comunista no Brasil, tenta preencher com bobagens o estômago de parte dos brasileiros.

 

O problema é que, como sempre alerta a mãe da gente, comer bobagem engana, mas não alimenta. Até porque, segundo pesquisa Datafolha divulgada também nesta terça, 72% da população discordam que a sociedade seria mais segura se as pessoas andassem armadas, como prega Jair.

 

Os principais críticos são as mulheres, os negros e os pobres, ou seja, três maiorias numéricas tratadas como minorias em direitos.

 

A estratégia busca ganhar tempo, enquanto seus sócios no Congresso Nacional tentam reduzir na marra o preço dos combustíveis (planejando tirar recursos que iriam para educação e saúde dos mais pobres, por exemplo) e na expectativa de que a inflação reduza naturalmente com uma mudança da conjuntura. O que melhoraria sua popularidade e, assim, as intenções de voto.

 

Claro que o discurso que incentiva a compra de armas também ajuda a preparar seus seguidores para uma tentativa de golpe, em caso de derrota do bolsonarismo em outubro. Mas o presidente já deixou claro que prefere ser chamado de golpista do que de Bolsocaro, até porque, apesar de ameaças de golpe serem gravíssimas, o povão está mais preocupado – e com toda a razão – se vai ter comida no jantar dos filhos. E não perdoará governante que deixar faltar.

 

Ele também abraça a estratégia porque há um eleitorado flutuante de olho na pauta econômica, mas que também se preocupa com a pauta comportamental”.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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