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Editorial – 11.05.2021

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Como nós temos comentado nos últimos tempos aqui no programa, a cada dia que passa a situação se complica mais para o presidente Jair Bolsonaro. No último domingo (09), o jornal O Estado de S. Paulo publicou uma denúncia grave a respeito da existência de um orçamento paralelo no governo, liberando verbas para emendas parlamentares a aliados no Congresso, movimentando R$ 3 bilhões desde o final do ano passado

 

Segundo a reportagem de autoria do jornalista Breno Pires, por meio de ofícios encaminhados em especial ao Ministério do Desenvolvimento Regional, os parlamentares indicavam à pasta onde gostariam de alocar valores, em montantes muito superiores aos R$ 8 milhões que têm direito anualmente em emendas.

 

O ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), teria direito a R$ 277 milhões, 34 vezes o seu valor anual, segundo reportagem. Também foram citados os nomes dos deputados Vicentinho Junior (PL-TO), Ottaci Nascimento (SD-RR), Bosco Saraiva (SD-AM), Lucio Mosquini (MDB-RO) e da ex-deputada Flávia Arruda (PL-TO), hoje ministra-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, responsável justamente pela articulação com o Congresso.

 

Os ofícios mostram que deputados e senadores aliados do governo tinham como proposta preferencial alocar recursos em locais como a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), para que a estatal liberasse, com mais facilidade, valores para a conclusão de obras e para a aquisição de máquinas como tratores, caminhões-pipa e escavadeiras. Nem sempre os valores iam para seus redutos eleitorais. Em alguns casos, aponta a reportagem, tratores eram adquiridos por valores 259% acima do preço de mercado.

 

Tais pedidos mostrariam um controle maior que o imaginado de parlamentares do Centrão sobre o orçamento da União, uma vez que caberia apenas ao ministro da pasta, Rogério Marinho, organizar a destinação dos recursos. Esse suposto esquema já está sendo apelidado de Bolsolão ou Tratoraço.

 

Segundo o ‘Estadão’, em um primeiro momento nenhum dos parlamentares admitiu participar do esquema. Após serem confrontados com os ofícios, reconheceram os pedidos.

 

Ou seja, temos aí mais uma ponta desse carretel de denúncias contra a gestão do ex-capitão que precisa ser desenrolado pela Justiça. Um caso grave de utilização do dinheiro público de maneira suspeita de superfaturamento para comprar base parlamentar no Congresso. Esperamos que esse caso seja investigado a fundo. Só não dá para acreditar, infelizmente, em punição porque quem julga são os principais beneficiados pelo esquema. Essa é a triste realidade que o Brasil vive.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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