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Editorial – 17.06.2021

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O depoimento do ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel à CPI da Pandemia no Senado deu muito o que falar ontem (16) lá em Brasília. Primeiro porque o político cassado por suspeita de envolvimento em escândalos de corrupção na Secretaria Estadual de Saúde no combate à Covid-19 usou o palanque da comissão para se defender das acusações e atirar no presidente Jair Bolsonaro, dizendo ter sido vítima de uma perseguição política, especialmente após a prisão dos dois acusados de terem executado a vereadora Marielle Franco, os ex-PM’s Ronnie Lessa e Élcio Queiroz.

 

Além disso, Witzel ressaltou que o chefe do Executivo federal teria deixado os governadores “à mercê da desgraça que viria”. Outro ponto importante do depoimento se deu na declaração do político a respeito do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, dizendo que ele teria sido usado para persegui-lo e que o ex-juiz seria um “menino de recado” de Bolsonaro. De acordo com o ex-governador do Rio, o antigo magistrado da operação Lava Jato teria requisitado que a Polícia Federal pressionasse o porteiro do condomínio Vivendas da Barra, onde mora o presidente e sua família, no caso das denúncias feitas por ele nas investigações do caso Marielle.

 

Em um dos pontos altos da oitiva, Witzel chegou a discutir com o filho do presidente, senador Flávio Bolsonaro, a quem chamou de “mimado” e “sem educação”, sendo acompanhado pelo relator da comissão Renan Calheiros.

 

No entanto, quando o depoimento já ultrapassava quatro horas de duração, o ex-governador pediu para deixar a CPI, fato que não pôde ser contestado pelos parlamentares, já que ele tinha autorização do Supremo Tribunal Federal para não depor e, caso resolvesse falar, não precisaria se comprometer com a verdade dos fatos.

 

Aliás, Witzel disse que faz questão de, em sessão reservada, apresentar novos elementos de acusação, como os motivos para o rompimento entre ele e a família Bolsonaro. O político garantiu ter conhecimento de “fatos graves”. Não podemos esquecer que o ex-juiz foi eleito na onda do bolsonarismo, em 2018, após uma ascensão meteórica na campanha eleitoral.

 

Veremos o que Witzel ainda tem a dizer aos senadores reservadamente, algo que o vice-presidente da comissão Randolfe Rodrigues já requisitou formalmente. Fato é que se o ex-governador utilizou a CPI para se defender da sua cassação, ele deu indícios de que o presidente e seus familiares têm segredos importantes que precisam ser revelados.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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