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A indicação do economista Pedro Guimarães para a presidência da Caixa a partir de janeiro provocou reação imediata dos funcionários da empresa pública, que emitiram nota em repúdio ao nome do diretor do Banco Brasil Plural e amigo do futuro ministro Paulo Guedes.
O presidente da Associação de Pessoal da Caixa Econômica Federal do Rio (Apcef) e vice-presidente do sindicato dos bancários Paulo Matileti destacou a intenção da nova gestão de vender os ativos da empresa ao capital estrangeiro.
“O futuro presidente é representante do mercado privatista. Estamos fazendo a discussão sobre a importância de se manter a Caixa 100% pública, atendendo do Oiapoque ao Chuí”, ressaltou.
Além do desejo de liquidar a empresa, os funcionários da Caixa levantam suspeitas sobre Pedro Guimarães. O economista é acusado de supervalorização artificial registrada pelo FIP Florestal, fundo do qual a Brasil Plural é gestora.
A diretoria atual da Caixa anunciou uma nova etapa do Programa de Desligamento de Empregado (PDE) até o dia 30 de novembro. O processo destina-se a funcionários que tenham mais de 15 anos na instituição e espera-se a adesão de 1600 profissionais.
Para Paulo Matileti, a intenção do banco com as demissões voluntárias é se livrar de uma série de obrigações trabalhistas que a empresa teria com os empregados de carreira. “Está claro que eles têm interesses que os funcionários mais antigos da empresa, que têm mais direitos que os novos, saiam”, alertou.
Leia abaixo a íntegra da nota das entidades representativas dos empregados da Caixa:
“É com imensa preocupação que as entidades representativas dos empregados da Caixa Econômica Federal acompanham o anúncio de que o sócio e diretor do Banco Brasil Plural, Pedro Guimarães, será o presidente da empresa pública.
O Brasil Plural é o principal credor no processo de recuperação judicial da empresa Ecovix, na qual Caixa e Banco do Brasil também são credores. É evidente, portanto, a incompatibilidade, por conflito de interesses, de um sócio-diretor do Brasil Plural ocupar qualquer cargo de gestão nos bancos federais.
Além do evidente impedimento, pesa contra a empresa de Pedro Guimarães a suspeita de envolvimento na supervalorização artificial registrada pelo FIP Florestal, fundo do qual a Brasil Plural é gestora. A operação causou prejuízos à Funcef e à Petros e está sob investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal no âmbito da Operação Greenfield.
Esses motivos tornam a indicação de Guimarães extremamente temerária e suspeita, para muito além dos interesses privatistas os quais, ademais, jamais foram mantidos em segredo.
É importante lembrar que a Caixa não pertence a um governo, mas ao Estado brasileiro. Ela mantém hoje a melhor estrutura de capital entre todos os bancos brasileiros, já alcançou este ano o maior lucro da sua história, vem sendo administrada nas últimas gestões por empregados de carreira e continua sendo o banco essencial para a sociedade. Precisamos estar atentos!”
Ouça abaixo a entrevista de Paulo Matileti:
Entrevista em 27.11.2018